quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhar de gato


Um gato espreita de dentro de mim,
Olha ao redor, curioso e atento.
Tem dias em que o reconheço.
Em outros, eu o invento...
                                                 
                                               

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sentido

Toda fantasia faz sentido assim:
o seu amor nascendo em mim
como o sol abrindo rumo -
azul e carmim -
dentro da madrugada.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Início

Chegou quieto pela madrugada adentro
abrindo janelas e portas ao romper da aurora.
O amor é cheio de feixes de rubra luz
com órbita própria.
O resto é silêncio.


Sonhos


Os sonhos me vem assim,
de par em par, quase todas as noites,
como se plantassem,
por trás da palma quente da mão
que esconde meus olhos calmos e secos,
milhares de imagens daqui e de lá:
Miragens.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Oblíquo


E eu gostaria de experimentar em você todos os gestos, todos os beijos, todas as delícias como se guardasse comigo – incólume – uma miríade de lembranças: a volúpia de todas mulheres, suas buscas e alquimias, e procurasse na textura da sua pele a escrita de uma poção perdida através dos séculos...

Como se as marcas em seu corpo e os sulcos em seu rosto tivessem esculpido a imagem exata do melhor amor que pudesse encontrar!
Como se tudo que eu vivi antes fosse um mero ensaio – um esboço somente – de tudo que eu poderia viver com você... Será?

Sopro


Existem pessoas que não fazem nada exatamente especial,
mas, de repente, um gesto, um sorriso, uma palavra...
e elas se tornam definitivamente inesquecíveis!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

The question





A questão de todo problema é ver...de:
Ver de perto e ver de longe...
Depois, é só amadurecer uma solução!
Ou fazer uma limonada...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

                                                 Há, em mim, sonhos para toda uma vida...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Parte de Mim!

Ó metade de mim ou parte de mim...
Antes eu me imaginava um Todo compacto - como a carne que abriga meus ossos: sólida, grande, consistente.
Nos passos do tempo que há pouco passou, avistei nova figura - algumas vezes, diáfana; outras, espessa e intensa.
Hoje, entendo que sou um Todo que abarca muitas Partes. Não há somente uma e outra metade. Há segmentos, resquícios, máculas, trilhas, caminhos, desvãos.
E meu Todo se divide, algumas vezes, se espelha em multifacetas.
Mas da Parte me torno Inteira e me inteiro novamente de todas as pequenas partes que me Completam.
Me tomo e me assumo assim. Muitas em uma: doce, firme, emotiva, contundente, incerta, risonha, decidida.
De Tudo só não me agradam essas aparas como restos secos de velhos brotos - não floridos - que compõem arestas agudas que, vez por outra, me cutucam na alma, me expõem feridas.
Então, me reúno, me questiono, me dôo e me curo: aos poucos, esses calos - aparas mortas - se soltam e se decompõem para germinar vida à outra parte.
E me recomponho mais forte, mais viva, mais rica. Experiência.
Que eu dê morte digna a tudo que deve deixar de existir em mim para dar espaço e vida, com alegria, a tudo que precisa nascer e crescer dentro de mim.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Outra Questão


Eu sei: eu consigo viver sem você.
A questão é que eu não quero.