segunda-feira, 17 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Corpo da ausência
Já não me sei há horas. Desconstruo as cercas e arames que me prendem a casa.
Meu sono é inquieto, pois teu olhar é desvelo sobre mim.
Sorrisos em tiras de lembranças, arquivos cheios de bytes e saudade.
Minha casa não é mais só concreto. Há agora sonho e sentimento – algodão rarefeito.
A ausência densa toma forma na memória – imagem terna e profunda: teu corpo.
Arranjo muitas formas de não me dizer a verdade. Falo muito sem nada dizer.
O riso é puro disfarce.
Meu desejo alicerça halos de ternura em tua volta, mas minha incerteza – boca muda, coração latejante – conjuga equívocos em teu ouvido.
Ausência. Distância. Horas e quilômetros e circunstâncias não conseguem me afastar de ti.
Ainda permaneço assim. Anseio e luz. Medo e desejo. Há coisas que simplesmente não se pode dizer...
Entenda-me e apropria-te! Assume teu lugar. Toma teu assento.
Enquanto não te apoderas do que é teu, meu coração vibra de ruído.
sábado, 8 de setembro de 2012
Am@r
Desde que os homens decidiram saltar
do mundo analógico para a tecnologia em formato binário, os tempos são muito
outros. Não se escreve mais cartas de amor.
Meu amor se transcreve em representações
binárias arrematadas por pixels coloridos.
Te encaminho todo meu afeto em
mensagens digitais de longa distância.
Te busco com agentes robóticos, salto entre plataformas virtuais seguindo o seu rastro em perfis sociais
e diários de rede.
Quero expandir tua memória para
entrar definitivamente no buffer de teu coração.
E rastrear cookies de outras origens
e login de outras fontes para criar firewall de proteção anti-concorrência...
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