quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Café pra um



Sentada diante da taça grande de café, me vejo na varanda envidraçada para olhar o mundo lá fora. Rua, calçadas, ritmo frenético das pessoas que vão e passam, veem e me olham, algumas. O ambiente silencioso e refrigerado me separa disso tudo. E eu viajo no tempo, para outro dia, tão luminoso quanto esse. Mas frio de doer nos ossos. O primeiro em que vi você. Cheguei a pensar em trazê-lo para perto, mas você ficou à margem das conversas e risos, cara malandra, à distancia. Como um menino que se encanta com o carrossel, mas fica preso ao deslumbre da imagem, tímido, sem coragem de entrar na roda. Sua figura aparece nas imagens, em meio a outros. Você se embaralha no todo, mas ainda assim posso vê-lo dentro de seu desejo de vir para junto e ainda assim permanecer longe, quase escondido, mas querendo se mostrar. Que controverso, ambíguo, confuso... Engraçado. Parecia haver amizade, admiração e respeito, além do desejo. Parecia, sim, haver algo especial ali, entre um e outro momento de encontro. Parecia que algo mágico estava costurando um rico bordado em meio ao algodão comum do cotidiano. Que estranha trama. Hoje, estou aqui, com café pra um quando deveria estar diante de outra taça, podendo falar da pressa dos outros ou comentar alguma banalidade sobre o dia. Você riria, sem dizer nada, no seu jeito comedido e tranquilo de sempre. E diante do meu olhar puramente afetuoso, pediria café para dois...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Inteira




Quem entende meus olhos,
me vê por inteiro.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ReEScrita



Não gaste tempo, lágrima, afeto ou memória:
aproveite essa dor aguda e mude sua história!

Doce vingança

Só pra contrariar
quem não me quis:
a partir de agora
vou ser
AINDA
muito
mais
FELIZ!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pedidos














Então me manda aí uma clara manhã,
um pouco de sua paciência rara,
um toque de humor,
um sonho bom e meio louco,
e alguma esperança já bem crescida e sã...




 

Perguntas



Como pousar no chão depois de haver tocado,
tão delicadamente, no topo do céu?
Como retornar ao pó do cotidiano depois
de ter sentido o calor tão doce e próximo do sol?
Como conviver com a dureza dos dias comuns,
distante de ti?