Ó metade de mim ou parte de mim...
Antes eu me imaginava um Todo compacto - como a carne que abriga meus ossos: sólida, grande, consistente.
Nos passos do tempo que há pouco passou, avistei nova figura - algumas vezes, diáfana; outras, espessa e intensa.
Hoje, entendo que sou um Todo que abarca muitas Partes. Não há somente uma e outra metade. Há segmentos, resquícios, máculas, trilhas, caminhos, desvãos.
E meu Todo se divide, algumas vezes, se espelha em multifacetas.
Mas da Parte me torno Inteira e me inteiro novamente de todas as pequenas partes que me Completam.
Me tomo e me assumo assim. Muitas em uma: doce, firme, emotiva, contundente, incerta, risonha, decidida.
De Tudo só não me agradam essas aparas como restos secos de velhos brotos - não floridos - que compõem arestas agudas que, vez por outra, me cutucam na alma, me expõem feridas.
Então, me reúno, me questiono, me dôo e me curo: aos poucos, esses calos - aparas mortas - se soltam e se decompõem para germinar vida à outra parte.
E me recomponho mais forte, mais viva, mais rica. Experiência.
Que eu dê morte digna a tudo que deve deixar de existir em mim para dar espaço e vida, com alegria, a tudo que precisa nascer e crescer dentro de mim.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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