sexta-feira, 13 de junho de 2014

Carrossel

O destino de quem viveu na pobreza material e/ou em penúria emocional na infância é viver em eterna 'fome' - de atenção e estima, se não se conciliar com esse passado. São pessoas que dão carona e esmola, abrem a casa para estranhos, mas não abrem o coração e a mente. Não curam a alma e não perdoam o passado.
Vivem a dor dessa “falta”  continuamente como se - uma vez que não tiveram comida, abrigo ou carinho quando pequenos - hoje ainda não podem e nem vão ter saciedade. E exigem muito dos outros: família, amigos, amores; os outros sempre tem que entender e perdoar, doar e dar, amar e compreender... pois o passado os justifica - consciente ou inconscientemente.
O resultado disso é a MESQUINHARIA em que vive o mundo atual. Temos casa, comida, lazer, tecnologia. E vivemos isolados. Sós. Teclando solidão e 'glamour' em redes sociais, buscando informação para preencher um vazio que não entendemos.
Estamos todos pobres enquanto não compreendermos que o contrário do amor não é o ódio, mas a MESQUINHARIA.
Que impede de entender que consideração, amizade ou amor podem estar presentes também num olhar mais duro, num comentário explosivo e, principalmente, na recusa em aceitar esse jogo de infantilidade tardia e inútil.
A criança que não cresceu - o adulto sempre envolto em elucubrações e angústias - não entende que a vida de verdade é uma ciranda de carrossel, temos que aprender com as voltas e os sobe e desce das circunstâncias...




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