O destino de quem viveu na pobreza material e/ou em penúria
emocional na infância é viver em eterna 'fome' - de atenção e estima, se não se
conciliar com esse passado. São pessoas que dão carona e esmola, abrem a casa
para estranhos, mas não abrem o coração e a mente. Não curam a alma e não
perdoam o passado.
Vivem a dor dessa “falta”
continuamente como se - uma vez que não tiveram comida, abrigo ou
carinho quando pequenos - hoje ainda
não podem e nem vão ter saciedade. E exigem muito dos outros: família, amigos, amores; os outros sempre tem que
entender e perdoar, doar e dar, amar e compreender... pois o passado os
justifica - consciente ou inconscientemente.
O resultado disso é a MESQUINHARIA em que vive o mundo
atual. Temos casa, comida, lazer, tecnologia. E vivemos isolados. Sós. Teclando solidão e 'glamour' em redes sociais, buscando
informação para preencher um vazio que não entendemos.
Estamos todos pobres enquanto não compreendermos que o
contrário do amor não é o ódio, mas a MESQUINHARIA.
Que impede de entender que consideração, amizade ou amor
podem estar presentes também num olhar mais duro, num comentário explosivo e,
principalmente, na recusa em aceitar esse jogo de infantilidade tardia e inútil.
A criança que não cresceu - o adulto sempre envolto em
elucubrações e angústias - não entende que a vida de verdade é uma ciranda
de carrossel, temos que aprender com as voltas e os sobe e desce das circunstâncias...
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